Projeto instala casinhas nas ruas para animais abandonados em Lages, SC
"Essa é
minha casa, fui abandonado. Por favor, me ajude com água e comida. Se não puder
ajudar, tudo bem, mas por favor não me faça nenhum mal, eu não faço mal a
ninguém. Obrigado!"
Recados como
esse acompanham casinhas para animais de rua que estão sendo instaladas em
Lages, na Serra catarinense. A iniciativa de voluntários prevê instalar 500
delas nos 71 bairros da cidade, que costuma registrar temperaturas próximas de
0°C no inverno.
Até esta quinta-feira (2), 40 já abrigavam cachorros e gatos abandonados.
Iniciado há pouco mais de um mês, o projeto já recebeu propostas de outros
estados. "É uma corrente do bem", define a empresária Bruna Uncini,
de 26 anos, que criou o projeto "Ajude um animal de rua".
Ao lado das
duas irmãs, Bruna se engajou na causa animal quando tinha 16 anos: "Quando
eu comecei a ganhar meu próprio dinheiro, queria investir na causa. Daí
começamos a resgatar animais e levar para castração e abrigos, por conta própria",
conta.
Porém, há pouco
mais de um mês, quando atravessava uma rodovia, a jovem encontrou uma sacola
abandonada com filhotes de cachorro recém-nascidos.
"Isso pra mim foi decisivo. Quando eu percebi que o trabalho de formiguinha não estava mais adiantando muito, me deu aquele estalo: se não consigo tirar todos da rua, por que não dar um lar pra eles, na rua mesmo?".
"Isso pra mim foi decisivo. Quando eu percebi que o trabalho de formiguinha não estava mais adiantando muito, me deu aquele estalo: se não consigo tirar todos da rua, por que não dar um lar pra eles, na rua mesmo?".
Corrente de
ajuda
Para arcar com
o custo das casas,
Gerência
de Proteção Animal de Lages,
e Clênia Souza, do grupo de voluntário Adote Lages."Juntos, conseguimos, depois de receber a autorização da prefeitura, fazer um boca a boca e cada vez mais arrecadar voluntários e doações".
e Clênia Souza, do grupo de voluntário Adote Lages."Juntos, conseguimos, depois de receber a autorização da prefeitura, fazer um boca a boca e cada vez mais arrecadar voluntários e doações".
Além de
empresários da cidade, uma campanha online também alavancou o
projeto. "Muitas pessoas, mesmo fora da campanha na internet, me deram o
dinheiro de livre e espontânea vontade", conta Bruna.
O projeto
Para dar o
pontapé inicial no projeto, a jovem começou a pensar na estrutura das casinhas,
levando em consideração o clima frio da região. Foi então que, em uma conversa
com um atendente de uma agropecuária, Bruna descobriu uma empresa em Rio do
Sul, no Vale, que poderia produzir os abrigos.
"Lages é muito fria e as casinhas estão ao ar
livre, então optamos por escolher um material de alumínio que, no inverno,
conserva 40% do calor dentro".
A primeira leva de 20 unidades foi recebida no dia 23 de maio. Outras 20 foram instaladas no último dia 30.
Na próxima segunda-feira (6), 40 novas casinhas chegarão à cidade. Até o momento já foram contemplados os bairros Centro, São Cristóvão e Coral.
A primeira leva de 20 unidades foi recebida no dia 23 de maio. Outras 20 foram instaladas no último dia 30.
Na próxima segunda-feira (6), 40 novas casinhas chegarão à cidade. Até o momento já foram contemplados os bairros Centro, São Cristóvão e Coral.
Padrinhos
As primeiras
unidades foram patrocinadas por empresas da cidade, o que tornou o projeto
ainda mais popular.
"Colocamos uma plaquinha em cada uma das casinhas com o nome da empresa que apadrinhou estas".As casinhas, que abrigam até dois cachorros de porte médio, mais a plaquinha, custam R$ 118 cada uma. "Tu acredita que logo nos primeiros dias eu já vi cobertores dentro delas? As pessoas colocaram ali, por conta própria".
Além da estrutura de abrigo, nas próximas semanas serão instalados comedouros ao lado das casinhas para que os próprios moradores alimentem os bichinhos.
"Colocamos uma plaquinha em cada uma das casinhas com o nome da empresa que apadrinhou estas".As casinhas, que abrigam até dois cachorros de porte médio, mais a plaquinha, custam R$ 118 cada uma. "Tu acredita que logo nos primeiros dias eu já vi cobertores dentro delas? As pessoas colocaram ali, por conta própria".
Além da estrutura de abrigo, nas próximas semanas serão instalados comedouros ao lado das casinhas para que os próprios moradores alimentem os bichinhos.
Próximas etapas
A segunda etapa
do projeto, segundo Bruna, é recrutar veterinários voluntários que façam a
castração e vacinação dos animais. Para controlar o fluxo de bichinhos, todas
as casinhas foram numeradas.
"Com essa numeração conseguiremos que o processo seja feito por etapas, por exemplo: tal dia, as casinhas de um a 10 vão receber os tratamentos, e por aí vai. Já temos 10 veterinários que se inscreveram pra ajudar".
Em um terceiro momento, a jovem quer levar conscientização à comunidade e escolas. "Tudo começa com a educação. Só precisamos do projeto porque as pessoas abandonam os animais e é isso que temos que mudar, levando à conscientização".
"Com essa numeração conseguiremos que o processo seja feito por etapas, por exemplo: tal dia, as casinhas de um a 10 vão receber os tratamentos, e por aí vai. Já temos 10 veterinários que se inscreveram pra ajudar".
Em um terceiro momento, a jovem quer levar conscientização à comunidade e escolas. "Tudo começa com a educação. Só precisamos do projeto porque as pessoas abandonam os animais e é isso que temos que mudar, levando à conscientização".
Fonte: G1